sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Lendo Histórias

- Bom, já que vocês não gostam de ler, eu vou ler para vocês”. Ele abre a sacola, tira um livro grosso e pede que eles prestem atenção. Isso não existe! Como um professor pode propor a seus alunos que passe o ano lendo? Ou ele é um grande preguiçoso ou está escondendo o jogo! Alguns preparam a caneta. Não, é inútil tomarem nota. “Apenas escutem”, insinua o professor. Não faltarão questionamentos: “o senhor vai ler esse livro todo... em voz alta? O senhor não acha que já passamos da idade? O que é que tem nesse livro? Conta o quê?” Pacientemente, o professor diz que é difícil responder antes de ler. Pede a atenção de todos e inicia a leitura de O perfume, de Patrick Suskind.

"Os alunos da 5ª série da tarde não entenderam direito a história, então a professora resolveu fazer uma leitura oral para que eles compreendessem melhor. Eles gostaram, pois disseram que a interpretação da professora ajudou-os a se concentrarem e a perceber coisas que não tinham percebido com a primeira leitura." (relato enviado pela professora Luana Couto)

Ler em voz alta para os alunos, como ambos os depoimentos nos contam, podem ser uma ótima opção. Muitas vezes o professor não domina conhecimentos da performance cênica para contar uma história, como, por exemplo, decorá-la. Além disso, a modalidade de leitura pode servir para melhor compreensão do texto (como no caso relatado pela professora Luana), ou também para troca de ideias e impressões, discussão de trechos da história, levantamento de hipóteses sobre a próxima página, enfim, instigar a curiosidade dos leitores.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Léia Cassol na Estadual de Ensino Médio Professor Sarmento Leite


A professora Marli Deuner, da EEEM Professor Sarmento Leite enviou-nos um carinhoso relato sobre a visita da autora Léia Cassol em sua escola. Para ver como foi feito o trabalho de leitura e recriação das obras da autora, assista à apresentação.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Lendo pra Valer/Fome de Ler na EEEF Albino Hackmann (Guaíba)



A Câmara do Livro, ao definir a lista de autores que participarão dos Programas de Leitura, também propõe às escolas encontros com contadores de histórias ou grupos teatrais que dramatizam a obra de um autor já falecido. Estes encontros sempre são bastante produtivos, pois, mesmo que o autor não esteja presente "em carne e osso", ocorre o mais importante: a aproximação com o universo criativo do autor adotado. Para as escolas que recebem as contações ou dramatizações a partir da obra de um autor, um dos conceitos abordados no projeto de leitura é o de intertextualidade, ou seja, o diálogo entre textos, que podem ocorrer entre diversas linguagens. Mesmo que os alunos sejam das séries iniciais e o conceito não seja trabalhado formalmente, o professor pode trabalhar com diversas releituras daquele autor e propor recriações da sua obra aos seus alunos. Um exemplo bacana é o Histórias em Quadrões, releituras de quadros clássicos da pintura com personagens da Turma da Mônica de Maurício de Sousa.

No último dia 19 de novembro, a EEEF Albino Hackmann, em Guaíba, recebeu a visita da Cia Crakety, que encenou "As aventuras do avião vermelho" de Erico Verissimo. A partir da leitura dos livros de Erico, os alunos também produziram dramatizações da sua obra e apresentaram aos colegas. No dia do encontro, depois da apresentação da Cia Crakety, a escola propôs à comunidade uma “Hora de Leitura” e visitar a exposição de trabalhos dos alunos. A professora Adriana, da EEEF Albino Hackmann, em Guaíba, nos contou que "mesmo não conhecendo o autor pessoalmente, os alunos pareciam ter intimidade ao falar do "Érico" e suas obras.", revelando que a leitura sempre é o mais importante. No blog da escola, há fotos do encontro. Para conhecer um pouco do trabalho da Cia Crakety, acesse o vídeo aqui.

terça-feira, 23 de novembro de 2010


O blog está desatualizado, mas por um bom motivo: durante 18 dias, estivemos numa maratona de encontros dos Programas de Leitura e da programação da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre.
Nesta semana, estamos organizando os relatos dos autores e das escolas e, em seguida, vamos postá-los no blog. Uma coisa já se pode adiantar: todos ressaltaram o trabalho primoroso e comprometido com a questão da leitura nas escolas.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Pé de Histórias





A Câmara Rio-Grandense do Livro e o Instituto Estadual de Educação Princesa Isabel foram parceiras na realização da atividade "Pé de Histórias" na programação da 24ª Feira do Livro de Cachoeirinha. Na tarde da última sexta-feira, dia 22, alunos do Curso Normal contaram histórias para dez turmas das séries iniciais do IEEPI, que também se deliciaram com os livros pendurados na árvore. Através de doações, foram arrecadados 304 livros, encaminhados à biblioteca do Instituto. Confira a matéria publicada no periódico Diário de Cachoeirinha, acessando aqui sua edição digital.







quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Lendo pra Valer/Fome de Ler: André Neves na EEEF Antônio Francisco Lisboa



Alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental da
EEEF Antônio Francisco Lisboa receberam a visita do autor André Neves no dia 28 de agosto. As turmas conversaram com André, apresentaram suas produções - dentre elas, recriações de obras do autor, como "A caligrafia da Dona Sofia" e "Casulos". O trabalho envolveu 170 alunos, e foi coordenado pela professora Mabel Luiza Leal Vieira.



sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Programas de Leitura Lendo pra Valer e Fome de Ler na EEEM Barão do Amazonas (Canoas)


O autor Cláudio Levitan esteve no último dia 22 na EEEM Barão do Amazonas em Canoas. Fotos e relatos da visita estão disponíveis no blog da Professora Michele.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Programa de Leitura Lendo pra Valer na EEEF Padre Darcy Fernandes em Sapucaia do Sul

A escritora Marô Barbieri esteve na EEEF Padre Darcy Fernandes, em Sapucaia do Sul, no dia 09 de setembro. Confira fotos e relatos da visita, no blog da escola, pelo Programa de Leitura Lendo pra Valer e Fome de Ler, parcerias da Câmara Rio-Grandense do Livro com a Secretaria Estadual de Educação e Universidade Luterana do Brasil, respectivamente.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

BOOKTRAILERS

Booktrailers são vídeos que apresentam livros, como diz o nome. Na Literatura Infantil, gênero no qual a imagem colabora e constrói a história, os trailers podem oferecer aos leitores novas possibilidades de leitura.
O site Booktrailer hospeda lançamentos literários.


terça-feira, 31 de agosto de 2010

A FASE adolescente: violência e liberdade em eventos de letramento - Solange Carvalho de Souza

No interesse pela literatura infanto-juvenil, encontramos um certo tipo de leitor com características específicas, de forma geral, vinculado à imagem.
Através de dados empíricos oriundos da minha experiência profissional na Fase com adolescentes em conflito com a lei privados de liberdade, especialmente utilizando-me do cenário da biblioteca Dona Margarida e, a luz de linhas teóricas sobre o estudo do letramento e alfabetização (Souza,2003), constatei um grupo diferenciado com preferências e atitudes mais infantilizadas.
O fato de boa parte desses adolescentes não terem vivido em plenitude a infância ou mesmo por se encontrarem nessa ambigüidade – ora criança, ora adulto que “Uma vez colocados diante da possibilidade de ouvirem ou de lerem histórias, costumam optar pelas histórias infantis; em particular, pelos contos de fada tradicionais e pelas histórias de animais como as fábulas” (Craidy 1998).
Entre um mundo menos letrado e outro mais infantil se substitui o texto pela imagem, ou se faz uma integração entre ambos, aguçando a curiosidade no momento da leitura. O significado é atribuído a imaginação, e nesse caso, quem desconhece o código alfabético, também se torna leitor. Quem poderia negar que uma criança de quatro anos que pega um livro iniciando um discurso oral não estará lendo? É a primeira etapa para a leiturização.
Durante os anos escolares, o trabalho em sala de aula deverá estar voltado para a construção de sentido, dando oportunidade de perceber a escrita como significativa. Isso deverá ter espaço principalmente na família, que deverá estimular a criança com hábitos de leitura de livros , leituras das placas das ruas, sinais de trânsito e interpretação de jogos. Caso contrário, futuramente o texto será visto por elas como um conjunto de “palavras” cujo significado não interessa; a leitura será vista como apenas uma decodificação dessas palavras.
A maior parte da nossa clientela, não vivencia esses dois eventos de letramento, um dado pela família e outro pela escola. Por isso, mesmo estando na adolescência, procuram os livros infantis com desenhos de animais, personagens de contos de fadas, ou heróis em quadrinhos, buscando uma identificação “infantilizada e heróica”, por outro lado, buscam também um nivelamento no grau de aprendizagem em que se encontram.
Levo em consideração a concepção da “zona de desenvolvimento proximal“ de Vygotski, onde esses se situam numa área não totalmente esclarecida nem conhecida. Conflitos e comportamentos problemáticos, falta de coordenações em atividades, podem ser interpretados como contradições internas entre as exigências de uma certa situação e os limites dos instrumentos e meios disponíveis.

Então, cria-se o novo, sempre mediado pelas específicas formas das interações sociais:

- Vou levá este daqui porque tem menos coisa pra lê.
(justificativa do interno a respeito do livro infantil com imagens coloridas).
Dentre a procura por livros coloridos contendo poucos escritos, um dos adolescentes escolheu “O pequeno planeta perdido”, para ser entregue em três dias, mas levou muito mais. Só conseguimos reavê-lo quando o adolescente já não se encontrava mais na Unidade.
Portanto, apresento uma outra história baseada na estória de Mino e Ziraldo, ou melhor, o adolescente através da fantasia íntima (Goffman, 2001) escreve a experiência de ingressar na Fase e conta a sua história sob as imagens do livro a seguir.
(as imagens do livro não podem ser publicadas, pois implicam uso de direito autoral)
O adolescente termina com a estória aceitando o final do autor. O interno concorda com a vinda da Rosa, a namorada do astronauta, pois o personagem de Mino e Ziraldo fez com que todo “mundo”, e um grupo de cientistas que viviam no planeta Terra, enxergassem que ele tinha necessidades básicas: alimentação, ocupação (com livros, por exemplo), e de uma companheira.
Interpretar a relação que esse interno criou, observando mecanismos que o mesmo buscou para comparar semelhantes vivências com a estória lida, significa que, procurou chamar a atenção de muitas pessoas, ou seja, dos personagens . Principalmente para pedir atendimento de um grupo de técnicos vivendo “noutro planeta”.
Implora subjetivamente, para que esses o livrem da ociosidade e da solidão que o aprisionam mais que as grades, e que encontrem maneiras de trazer a mãe ou a namorada para esse “interno astronauta”.
Essa comunicação expressiva e interativa é a mesma pela qual se partilham coisas simples, evidentes, saberes, informação e, que cada um conhece; é base de socialização como afirma Jean Hébrard.
Nessa perspectiva, acredita que a literatura infantil faz parte de saberes construídos pela escola e que os grandes textos como Pinóquio, Alice no país das maravilhas, e mesmo outros textos de nosso tempo, todos são grandes textos na cultura universal.
Hébrard afirma ainda que a presença da literatura na escola é uma coisa fundamental. “Eu preferia uma escola sem alfabetização e com literatura, do que uma escola com alfabetização perfeita, mas sem literatura. Porque não há problema de alfabetização com a mídia contemporânea, com o rádio, a televisão...”


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Tessituras: Projeto de Leitura “Planeta em Harmonia”


Responsáveis:

Bibliotecárias: Silvane R. Manhago, Lilian A. Pinheiro, Suzana Carrasco

Professoras: Maira Regina Schossler, Rosana.

1. OBJETIVO GERAL

Tornar a hora da leitura na biblioteca um momento ainda mais prazeroso, lúdico e educativo, promovendo a conscientização sobre a importância da utilização racional dos recursos naturais, da preservação, do consumo e do desperdício, ao mesmo tempo, instruindo sobre as consequências da interferência do homem na natureza.

2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Socializar a leitura;

- Estimular a leitura, a escrita e a dramatização;

- Despertar nas crianças a consciência ecológica;

- Sensibilizar os alunos diante dos diversos reflexos negativos consequentes ao

desequilíbrio do meio-ambiente;

- Estimular mudanças de hábitos e desaceleração do consumo e desperdício;

- Realizar um trabalho em conjunto com o Laboratório de Informática.

3. PÚBLICO-ALVO: Alunos do 2º ao 4º ano do Ensino Fundamental, da Escola X.

4 . PLANO DE AÇÃO:
Na entrada do Setor Infantil estarão expostos, dentro de caixinhas sinalizadas, os livros de literatura infantil previamente selecionados, de acordo com os assuntos do programa.


SELEÇÃO DO ACERVO

ROCHA, Ruth. O Jacaré preguiçoso. São Paulo: Salamandra, 2005.

ROCHA, Ruth. O Macaco bombeiro. São paulo: Salamandra, 2006.

ROCHA, Ruth. Vivinha, a baleiazinha. São Paulo: Salamandra, 2007.

CASSOL, Léia; SIEGLE, Vitor. Férias na floresta. Porto Alegre: Cassol, 2007

CAVION, Elaine Pasquali. Formigas. São Paulo: Paulus, 2009.

RIBEIRO, Jonas. Faniquito e siricutico no mosquito. 7.ed. Rio de Janeiro: Elementar, 2009.

RIBEIRO, Jonas; NEVES, André. A gargalhada de alegria de Dona Ecologia. 5. ed . São Paulo: Elementar, 2007.

O desenvolvimento das atividades seguirá a programação da hora da leitura destinada aos alunos do 2º ano ao 4º ano do Ensino Fundamental, da Escola X. Na biblioteca, os alunos serão separados em pequenos grupos, para que juntos possam escolher e fazer a leitura. Posteriormente, farão uma apresentação contando o que mais gostaram da história, seja em forma de dramatização, mímica ou simplesmente se deixando levar pela criatividade.

Paralelo a estas atividades, durante as aulas no laboratório de informática, os alunos serão orientados a acessar um link criado para o projeto. Esta ferramenta será usada pelos alunos para escrever sobre as leituras na biblioteca, contando o que mais gostaram e o que puderam aprender. Tudo espontaneamente. A equipe da biblioteca também propõe que os alunos respondam a seguinte pergunta:

O que eu poderia fazer para melhorar o planeta onde vivo?

5. CRONOGRAMA

Divulgação e apresentação do projeto:

Início das atividades: agosto/2010

Revisão das atividades: final do trimestre

Conclusão dos trabalhos: outubro/2010

Encerramento: 03//2010

6. CONCLUSÃO

A proposta deste projeto visa desenvolver a criatividade e a constante integração dos alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental com a literatura infantil, bem como, um maior aproveitamento e interesse dos alunos durante o horário programado para a hora da leitura na biblioteca.

7. REFERÊNCIAS

BALDI, Elizabeth. Leitura nas séries iniciais: uma proposta para formação de leitores de literatura. Porto Alegre: Ed. Projeto, 2009.

SIMÃO, Maria Antonieta Rodrigues; SCHERCHER, Eroni Kern; NEVES, Iara Conceição Bitencourt. Ativando a biblioteca escolar: recursos visuais para implementar a interação biblioteca-usuário. Porto Alegre: Ed. Sagra Luzzatto, 1993.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A Hora de Ler Clarice


No ano em que Clarice Lispector estaria completando seu 90º aniversário, um grupo de professores lerá obras da autora e se encontrará, na 56ª Feira do Livro de Porto Alegre, para compartilhar suas impressões a respeito.

Os encontros do ciclo Hora de Ler Clarice ocorrerão nos dia 9 e 10 de novembro, às 19h, no Espaço do Educador da Biblioteca do Cais (Armazém A1 do Cais do Porto).

Através da discussão das obras lidas, mediada por leitoras-guia, o ciclo se propõe a formar uma rede de professores-leitores e a motivá-los a multiplicar a experiência em outros espaços.

Dia 9 – O primeiro beijo, Felicidade Clandestina e Via crucis (contos)

Leitora-guia – professora Zilá Mesquia

Dia 10 – Água Viva (romance)

Leitora-guia – professora Jane Tutikian

Os professores interessados em participar desta experiência devem se inscrever através do e-mail visitacaoescolar@camaradolivro.com.br, informando nome completo, e-mail e telefones.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

2 filmes, no cinema e em casa

FILME (no cinema): Meu malvado favorito
Gru (Steve Carell) é um supervilão que duela com Vector (Jason Segel) para ter o posto de o mais malvado. Para vencer a disputa, ele decide roubar a Lua. Só que terá que enfrentar três órfãs, que estão sob os seus cuidados e não podem ser abandonadas.

Site: http://www2.paramountpictures.com.br/meumalvadofavorito/site/

FILME (em casa): Pequenas Histórias
Na varanda de uma fazenda, uma senhora conta histórias ao mesmo tempo em que corta e costura retalhos de pano, criando imagens ilustrativas dos contos. São quatro histórias de humor e magia, com personagens e lendas do imaginário brasileiro.

O casamento do pescador com a Iara, sereia dos rios. O coroinha de uma igreja que vê a procissão das almas. O encontro entre um Papai Noel de loja e um menino de rua e as aventuras de Zé Burraldo, sujeito ingênuo que sempre se deixa levar pelos outros. Histórias brasileiras para pequenos e grandes.

Site:www.pequenashistorias.com.br

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O que é Literatura?

1. Trecho do DVD Literatura e outras linguagens (Atual Editora), com depoimentos sobre o conceito de Literatura.


2. "Reflexões sobre a Literatura" - texto retirado dos Referenciais Curriculares da Secretaria Estadual de Educação do Estado do RS.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A partir do projeto de leitura "No Pé da Poesia", publicaremos os planejamentos feitos nos dois últimos encontros do curso de extensão Tessituras, nos dias 5 e 19 de julho. Lembramos que o blog acolhe dicas, sugestões e relatos de experiência, através do e-mail programasdeleitura@gmail.com

Apresentação de projetos de leitura - No Pé da Poesia

No Pé da Poesia...

O projeto “No Pé da Poesia” pretende possibilitar às crianças o conhecimento de textos poéticos, levando-as à motivação e ao interesse para ouvir, ler e escrever poesias.
Pretende-se a parceria com a biblioteca da escola no sentido de implementação e planejamento de espaços criativos e realização de atividades como saraus poéticos e dramatizações.
A culminância deste projeto se dará com a visita do autor à escola.

Objetivos
- trabalhar o significado da palavra poesia;
- aumentar a familiaridade da poesia com os alunos;
- desenvolver habilidades para reconhecimento e diferenciação do texto narrativo e do texto poético;
- despertar a vontade de ler poemas e fazer dessa leitura um hábito;
- criar poemas;
- realizar dinâmicas de leitura na Biblioteca;
- motivar o aluno a frequentar a Biblioteca.


Público-alvo: alunos do 2º e 3º ano das séries iniciais
Período de Realização: seis meses
Autor escolhido: Kalunga

Desenvolvimento das ações do Projeto
O estudo e trabalho com as obras do autor serão tranversalizadas com as outras áreas do conhecimento:
- A questão do corpo
- Escrita das palavras
- Questão matemática
- Calendário dos aniversariantes da turma
- Alimentos (tipos, vitaminas, importância)
- Limites temporais: início, meio e fim
- Higiene - princípios
- História dos nomes dos alunos

Atividades
- Leitura socializada das obras
- Hora da Biblioteca
- Produção de textos poéticos
- Dramatização
- Sarau literário
- Produção de fantoches
- Confecção de marcadores de página para a biblioteca da escola.

No Pé da Poesia...
- Transcrição das poesias criadas pelos alunos em folhas no formato do pé
- Montagem no chão da escola de um caminho com as pegadas que levará a Biblioteca
- Lançamento do livro com os textos produzidos pelos alunos, com sessão de autógrafos
- Exposições dos trabalhos elaborados (fantoches, marcadores de página, etc.)
- Visita do autor
- Visita à Feira do Livro de Porto Alegre

Resultados esperados
Espera-se com este trabalho que as crianças aumentem a freqüência de visitas à biblioteca da escola, ampliando o volume de empréstimos de livros para leitura em casa. Ao final das atividades, espera-se também que os alunos passem a ler poesias com maior interesse e fluência, e que eles estejam estimulados a buscar outros tipos de textos, e outros gêneros literários.


sexta-feira, 30 de julho de 2010

Revista Nova Escola: Leitura Literária

A revista Nova Escola, de Agosto/Setembro 2010, traz várias matérias sobre Leitura Literária. Para ler a newsletter da revista e ler as reportagens, clique aqui.

terça-feira, 20 de julho de 2010

E.M.E.F. Professora Maria Gusmão Britto
São Leopoldo – 2009


Contato com a Obra Literária e o Escritor

Justificativa: iniciativas isoladas por parte de alguns professores → gosto e prazer pela leitura.
* livros à disposição em sala de aula;

* obrigatoriedade de leituras bimensais;
* leituras do “Ler é saber”.

Dificuldades: sistematizar ações para formar um aluno leitor e orientar professor mediador de leitura.
LeiturAção = via de acesso da escola para concentrar esforços e evidenciar resultados mais concretos na área da leitura.

Objetivo geral: Desenvolver atividades articuladas de leitura de livros literários e promover o encontro dos alunos com autores contemporâneos gaúchos, a fim de favorecer uma interlocução entre os sujeitos envolvidos nas variadas práticas sociais de leitura e de produção textual.

AUTOR ESCOLHIDO: CAIO RITER

LIVROS INDICADOS
• Um reino todo quadrado
•O rapaz que não era de Liverpool
• Debaixo de mau tempo
•Eduarda na barriga do dragão
•O fusquinha cor- de- rosa

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS no ENSINO FUNDAMENTAL
- Apresentação da proposta e dos livros;
- Leitura, em aula, de capítulos iniciais – obras: O rapaz que não era de Liverpool e Debaixo de mau tempo;
- Leitura em casa, mediante rodízio de empréstimos;
- Organização de uma entrevista a ser produzida com o escritor;
- Seleção e preparação de um Comitê de Recepção para o visitante;
- Pesquisa sobre a biografia do autor, suas obras, principalmente O rapaz...(EVAM);
- Visita ao blog do autor e postagens de comentários sobre a obra lida;
- Elaboração de uma notícia sobre a vinda ao autor à escola;
- Levantamento sobre as temáticas desenvolvidas nas obras;
- Avaliação sobre o projeto.

Levantamento: temas abordados
Debaixo de mau tempo: amor, sexualidade, relacionamento familiar, diferenças de classes sociais, amizade e morte.

O escritor CAIO RITER comenta seus livros cara a cara com os jovens

[...] Caio Riter está passando nas escolas e esclarecendo dúvidas de muitos leitores, que ficam encantados ... assim, acaba incentivando jovens a ler e a, talvez, serem futuros escritores.[...]

Visitante ilustre nos cinqüenta anos do Gusmão
A visita do escritor é o resultado de um movimento da Secretaria ... Através do projeto...que tem como seu principal objetivo fazer com que os jovens tenham prazer e vontade de mergulhar cada vez mais fundo na aprendizagem que os livros podem trazer. (Bruna Ferreira 7S1)

Caio Riter em São Leopoldo
[...] Seus livros fazem bastante sucesso entre os adolescentes, pois ele expressa em suas histórias, as confusões e os sentimentos que passamos na adolescência, tendo uma linguagem leve e descontaída.(Júlia – 7S1)

Apresentação do projeto LeiturAção em São Leopoldo e desdobramentos nas EMEFs Gusmão Britto e Salgado Filho

Esc. Mun. de Ens. Fund. Senador Salgado Filho
São Leopoldo - 2009


Profissionais envolvidos: professores de Língua Portuguesa (Marisa Rost, Heloisa Cezarotti, Cláudia Cristina Luft e Luciane Araujo Hoefel), professor do 1º Ano (Sandra Muller), professores de Artes (Nara Locattelli e Thaís Iriocilda), professor de Inglês (Deise), professor do EVAM (Cláudia Dias) e professor de Ciências (Madalena).

Autor escolhido: Caio Riter


Obras trabalhadas:
•Debaixo de mau tempo
•O rapaz que não era de Liverpool
•Um mundo todo quadrado
•Eduarda na barriga do dragão
•O fusquinha cor- de- rosa
•Meu pai não mora mais aqui

Descobrindo o escritor
Debaixo de mau tempo em São Leopoldo

Meu livro Debaixo de mau tempo (Artes e Ofícios) tem atiçado o coração de jovens leitores da EMEF Salgado Filho, de São Leopoldo. Indicado pelas professoras, ele tem feito com que muitos adolescentes me escrevam mensagens falando sobre o livro e sobre a expectativa de se encontrarem comigo. Gosto destes encontros, afinal, todo o escritor deve ir aonde seu leitor está, ainda mais quando esses leitores são um grupo de pessoas a fim de entender mais um pouco os caminhos da ficção. Abaixo, transcrevo a cartinha que recebi da Dhéssica Stoffel, que mostra a necessidade de que a leitura orientada pela emoção invade as salas de aula.Oi, na minha escola, com a professora Luciane, estamos lendo o livro DEBAIXO DE MAU TEMPO. Ela nos falou que virás visitar nossa escola. Estamos à sua espera. Nós, jovens, hoje em dia, não somos mais tão motivados. Me interessei pelos teus livros, pois eles fazem termos vontade de ler mais e mais. A professora Luciane sempre está nos motivando e o jeito como ela conta as histórias faz como se estivéssemos vivenciando esta situação. Bom, estou curiosa para te conhecer e saber como consegue fazer como jovens como eu tenham vontade de ler mais e mais. De um jeito encantador, faz como se a gente tivesse entrado na história.Te agradeço desde já. E estamos a sua espera em nossa escola. Dhéssica Stoffel.

Postado por Caio Riter às
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Gêneros textuais trabalhados:
• Autógrafo
• Dedicatória
• Poema
• Música
• Ilustrações
• E-mail
• Mapa
• Romance

Produções/Atividades desenvolvidas:
- Transcrição do último capítulo;
- Roteiro de leitura das obras;
- Ilustrações;
- Criação de mandalas a partir de observação e indagações a respeito da capa da obra “Meu pai não mora mais aqui”;
- Atividades de leitura “O rapaz que não era de Liverpool” na aula de Língua Inglesa;
- Leitura do livro "Eduarda na barriga do dragão" para alunos do 1º Ano;

“Acredito que cada vez que saímos de um livro, saímos diferentes, mesmo que não o notemos.” Caio Riter

quinta-feira, 15 de julho de 2010

DICA: Especialização em Literatura Infantojuvenil

A Faculdade Porto-Alegrense (FAPA) está com matrículas abertas para o curso de especialização em Literatura Infantojuvenil, com carga horária total de 360h. As aulas começam no próximo semestre. O folder do curso está aqui.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Como elaborar um projeto de leitura - Ana Paula Cecato

Critérios analisados para a escolha do autor para encontro em escola:

- Qualidade estética da obra: elaboração da linguagem literária, pertinência temática, ilustração, projeto gráfico-editorial;
- Interesses de leitura dos alunos, conforme faixa etária;
- Relação, diálogo que a obra estabelece com outras, não necessariamente literárias (intertextualidade).

Questões para reflexão da equipe da escola ao realizar o projeto de leitura:

• Qual o conceito de Literatura Infantil e Juvenil que fundamenta o trabalho de leitura?
• Quais os temas da obra do autor são pertinentes ao trabalho de leitura?
• Como está orientada a visita do autor na escola? /Qual será o formato do encontro?
( ) bate-papo com alunos
( ) bate-papo com educadores
( ) bate-papo com a comunidade escolar
( ) apresentação das produções dos alunos
( ) palestra do autor sobre assunto previamente determinado
( ) Outro formato. Qual?
• Quais as disciplinas do currículo estão envolvidas no trabalho de leitura?
• Quais os livros dos autores serão lidos?
• Que estratégias/modalidades de leitura serão utilizadas (socializada, individual, em voz alta...)?
• Qual o caráter das produções (sarau, peça de teatro, ilustrações – técnicas?, produções textuais, recriações da obra)?
• Em que turno (manhã, tarde ou noite) será realizado o encontro?
• Quais as séries e turmas que manterão encontro com o autor?
• Além dos seus educadores e alunos, há envolvimento de outros membros da comunidade escolar? De que forma isso acontece?
• A escola estabelecerá contato prévio com o autor, por e-mail ou telefone, para acertar o formato do encontro?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

LIVRO DE IMAGEM - Laura Castilhos

Trabalho prático realizado com os participantes do curso:
Ilustrar apenas com imagens um trecho do conto Velha História de Mario Quintana (Livro Sapato Florido).



Velha história

Era uma vez um homem que estava pescando, Maria.
Até que apanhou um peixinho! Mas o peixinho era tão pequeninhinho e inocente, e tinha um azulado tão indescritível nas escamas, que o homem ficou com pena. E retirou cuidadosamente o anzol e pincelou com iodo a garganta do coitadinho. Depois guardou-o no bolso traseiro das calças, para que o animalzinho sarasse no quente. E desde então ficaram inseparáveis. Aonde o homem ia, o peixinho o acompanhava, a trote, que nem um cachorrinho. Pelas calçadas. Pelos elevadores. Pelos cafés. Como era tocante vê-los no “17”!-o homem, grave, de preto, com uma das mãos segurando a xícara de fumegante moca, com a outra lendo jornal, com a outra fumando, com a outra cuidando do peixinho, enquanto este, silencioso e levemente melancólico, tomava laranjada por canudinho especial...
Ora, um dia o homem e o peixinho passeavam à margem do rio onde o segundo dos dois fora pescado. E eis que os olhos do primeiro se encheram de lagrimas. E disse o homem ao peixinho:
“Não, não me assiste o direito de te guardar comigo. Por que roubar-te por mais tempo ao carinho do teu pai, da tua mãe, dos teus irmãozinhos, da tua tia solteira? Não, não e não! Volta para o seio da tua família. E viva eu cá na terra sempre triste...”
Dito isto verteu copioso pranto e, desviando o rosto, atirou o peixinho na água. E a água fez um redemoinho, que foi depois serenando, serenando... até que o peixinho morreu afogado...

LIVRO DE IMAGEM - Laura Castilhos

Laura Castilhos é professora de desenho no Instituto de Artes da UFRGS, ilustradora e artista plástica.

DEFINIÇÃO

Luis de Camargo

São livros sem texto.
As imagens é que contam as histórias.
Os livros com pouco texto, em que o papel principal cabe à ilustração, também podem ser chamados de livros de imagens.

Outras definições para definir o livro de imagens:
Álbum de figuras.
Álbum ilustrado
História muda
História sem texto,
Texto visual
Livro sem palavras (Hanna Webb, autora e ilustradora)

Peter O’Sagae
Estatuto triplamente incerto:
É literatura? (Coelho 1981)
Subgênero da literatura infantil (Ceccantini 2004)
Subproduto do livro para crianças (Necyk 2007)
Livro sem texto (FNLIJ 1981)
Narrativas imagéticas (Mokarzel 1998)


4 TIPOS DE LIVROS DE IMAGEM (Peter O’Sagae)
1. livro de imagem informativo de caráter referencial e descritivo, apresenta cenas e objetos do chamado mundo real (informação unívoca)
2. livro de imagem ilustrativo (rememorativo?) que traz cenas de uma narrativa conhecida pelo leitor e não possui solução de continuidade visual
3. livro de imagem narrativo é um gênero próprio da literatura infantil brasileira que usa (e abusa) da informação estética, ambígua e ficcional.
4. apresenta um encadeamento descontínuo e tem rememorado velhos contos populares eternizados por escritores de todas as épocas; em suas páginas, surge uma sucessão de quadros, um após o outro, de modo bastante arbitrário, separados por elipses temporais.

POSSÍVEL ORIGEM DO LIVRO DE IMAGEM (Marilda Castanha)
Bíblia dos pobres , Bíblia pauperum. Bíblia ricamente ilustrada, com texto, e cara. Ficavam expostas nas igrejas da idade média. Sequência de imagens e riqueza de detalhes permitia que as pessoas acompanhassem o que estava escrito.

CARACTERÍSTICAS DO LIVRO DE IMAGEM

1. Leitura imagética ou visual (diferente da leitura textual).
Oferece experiência estética para crianças, acostumadas com a imagem fugaz e fragmentada das mídias eletrônicas.
2.Possibilita o conhecimento dos elementos da linguagem visual: Linha, textura, planos, volumes (luz e sobra), cor, composição.
3. Leitura do livro depende do olhar do espectador (olhar é uma experiência individual, ainda que exista uma sintaxe visual, ela tem regras menos fixas que a sintaxe gramatical).
4. Caráter transgressor: Uma primeira faceta transgressora do livro de imagem reside no fato de ser um produto da literatura gerado sem o uso da escrita. (portanto para muitos é considerado um sub-produto da literatura, um livro menor, a pesquisa sobre este gênero de literatura no Brasil é incipiente).
5. A história propriamente é contada por imagens. Sem texto.
6. Simplicidade da história síntese.
7. É recomendável que não haja ambigüidade no texto.
8. Total domínio da história por parte do escritor.


O LIVRO DE IMAGEM NO BRASIL

Pode-se considerar, ainda nos dias de hoje, pouco popular no Brasil.
Por quê: Criar um livro de imagem é tarefa difícil (Peter O’Sagae)
Duas grandes editoras brasileiras tem apenas 2 livros de imagem, cada uma delas no seu catálogo/2010 (Projeto e Cosac&Naify):

Ida e Volta - 1º Livro de imagem brasileiro, Primor, 1976.
Primeiramente editado na Holanda/Alemanha, França, Holanda e
Itália.

1985 – 113 livros de imagem foram produzidos no Brasil (Camargo)
de imagens editados no Brasil.
2001 – 153 livros de imagem foram produzidos no Brasil (Ferraro)

1981- FNLIJ / Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil passa a premiar os melhores livros sem texto realizados a cada ano (Prêmio Luís Jardim).

1981 – Eva Furnari, Coleção Peixe-Vivo. Ática
- Juarez Machado, Ida e volta. Primor (atualmente Agir)
1982 - Eva Furnari, A bruxinha atrapalhada. Global. (Coleção Só Imagem)
1983 - Eva Furnari, Filó e Marieta. Paulinas.
1984 – Outra Vez, Ângela Lago, Miguilim

Outros autores premiados pela FNLIJ (livro de Imagem)
Graça Lima, Marilda Castanha, Roger Mello, Istvan Banyai, Nelson Cruz, André Neves, Rui de Oliveira, etc.


Bibliografia

Marilda
Peter O’Sagae - http://www.slideshare.net/dobrasdaleitura/como-e-porque-difcil-ler-livros-de-imagem-1601360
Ângela Lago - Cântico dos cânticos
Rui de Oliveira
Luis de Camargo
Martin Salisbury

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Dica de site

No próximo encontro do Tessituras, dia 21 de junho, teremos a participação da Profª Tânia Rösing, idealizadora da Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo e professora da UPF, contando um pouco de sua experiência, sobretudo na elaboração do Plano Municipal do Livro e da Leitura.
Para aquecer o encontro da próxima segunda-feira, indicamos alguns sites:
http://www.pnll.gov.br/ - Plano Nacional do Livro e da Leitura, elaborado pelo Ministério da Cultura e da Educação, onde constam as diretrizes para uma política pública voltada à leitura e ao livro no Brasil.
http://mundodaleitura.upf.br/ - Portal elaborado pela UPF

segunda-feira, 7 de junho de 2010

POESIA E INFÂNCIA - Gláucia de Souza

Alguns questionamentos
(Poesia: infância da humanidade)

•Poesia e poema: o que são?
•Existem poemas para crianças?
•Que tipos de poemas estão presentes na infância?

Existem poemas para crianças?
•A relação entre escola e poema também esteve presente no nascimento da poesia endereçada à infância no Brasil.
•De professores-poetas e poetas-professores a poetas foi um longo caminho.

Qual o primeiro contato que se tem com a poesia?

Que tipos de poemas estão presentes na infância?
•Cantigas (de ninar e de roda);
•Parlendas (brincos, mnemônias e parlendas propriamente ditas);
•Adivinhas;
•Ex-libris;
•Quadras populares.
Cantigas de ninar (acalantos)
•Cantos entoados para embalar as crianças;
•Melodias suaves e sentimentos nem tanto;
•Repetições (refrão);
•Ambiência propícia ao sono está na melodia e na suavidade da voz.
Exemplos: Nosanina.

Cantigas de roda
•São a junção entre poema, música e dança (palavra, voz e corpo);
•Muitas possuem coreografia;
•Melo as divide em cinco grupos: cantigas amorosas, cantigas satíricas, cantigas imitativas, cantigas religiosas e cantigas dramáticas.

Parlendas
•Brincos: são ditos pelo adulto para a criança e têm relação com o corpo dessa;
•Mnemônias: têm por finalidade ensinar ou facilitar a memorização;
•Parlendas propriamente ditas: são brincadeiras com palavras feitas pelas crianças e que circulam entre elas.

Adivinhas, ex-libris e quadras populares
•Adivinhas: poemas-enigma;
•Ex-libris: poemas escritos para indicar que um livro pertence a alguém;
•Poemas de quatro versos, comumente rimados, muitos trazidos de memória.

Poemas orais
•Tais poemas de tradição oral e popular sempre estiveram vinculados à infância e muitos deles forma resgatados em publicações destinadas e essa etapa da vida;
•Consequentemente, muitos foram os autores que beberam na fonte do poema oral como modo de compor seus próprios poemas.

Por que tanta poesia?
•A poesia é a pérola da nossa infância também, pois, junto às cantigas e aos demais poemas orais, crescemos e descobrimos o mundo que nos rodeia, um mundo cheio de “tutus marambás”, “bois da cara preta”, em que existe vida e morte, amor e decepção (“O anel que tu me deste era vidro e se quebrou./ O amor que tu me tinhas era pouco e se acabou.”).
•São muitas as respostas: porque a poesia é a infância da humanidade, porque a poesia sempre esteve conosco desde a infância, porque a poesia é a memória de um povo, é a nossa memória, porque poesia é corpo e palavra ...
Algumas sugestões
•“Alguns meninos e suas leituras:o poema para a infância entre a escola e a rua” – Revista Tigre Albino (http://www.tigrealbino.com.br), v. 1, nº 1;
•“Poesia e escola: caminhos entre o didático e o literário” - Revista Tigre Albino (http://www.tigrealbino.com.br), v. 2, nº 3;
•“Na mão direita tem uma roseira: oralidade, escrita e leitura de poemas entre alunos de Ensino Fundamental”, http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/viewFile/4746/3575
•Blog Álbum de Brincadeiras - http://albumdebrincadeiras.blogspot.com/ ;
•“Entre professores-poetas e poetas-professores: Caminhos do poema para a infância” - http://www.ple.uem.br/3celli_anais/trabalhos/estudos_literarios/pdf_literario/048.pdf ;
•“Entre canções e versos: Alguns caminhos para a leitura e a produção de poemas na sala de aula” - http://www.ihu.unisinos.br/uploads/publicacoes/edicoes/1187640185.59pdf.pdf .

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Prêmio FNLIJ 2010 – Produção 2009

Confira aqui a lista os livros premiados pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, referente à produção em 2009. O Lobo, texto de Graziela Hetzel e ilustrações de Elisabeth Teixeira, publicado pela Manati, foi considerado o Melhor Livro para Criança.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Programas de Leitura Lendo pra Valer e Fome de Ler têm inscrições abertas

Escolas estaduais da 1ª, 5ª, 12ª, 27ª e 28ª Coordenadorias Regionais do Ensino interessadas em participar do Programa Lendo pra Valer, que a CRL desenvolve em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, podem obter o formulário de adesão clicando aqui. Depois de preencher o formulário, indicando os nomes de cinco autores que lhe interessem prioritariamente, a escola deve entregá-lo à Câmara Rio-Grandense do Livro (Praça Osvaldo Cruz, 15 – 1708 – Centro – Porto Alegre) ou enviá-lo pelo fax 3286.4517 ou pelo e-mail agenda@camaradolivro.com.br, a Ana Paula Cecato, no período de 17 a 31 de maio. Se a escola for contemplada, sua biblioteca receberá acervo de obras do autor que a visitará, disponibilizado pelo Sistema Estadual de Bibliotecas Escolares – SEBE, da Secretaria de Estado da Educação.
Paralelamente, podem se inscrever, para participar do Programa Fome de Ler, escolas municipais de Canoas e de onze municípios da região Centro-Sul do Estado (Arroio dos Ratos, Barra do Ribeiro, Camaquã, Cerro Grande do Sul, Dom Feliciano, Eldorado do Sul, Guaíba, Minas do Leão, Sentinela do Sul, Sertão Santana e Tapes. O processo de adesão é semelhante ao do Lendo pra Valer, mas existe um formulário específico, que pode ser encontrado aqui. O Fome de Ler é desenvolvido pela CRL em parceria com o os Cursos de Letras da Ulbra Guaíba e da Ulbra Canoas, a Rede Ulbra de escolas e as prefeituras dos municípios acima indicados, que se encarregam da aquisição das obras para a leitura prévia aos encontros.
Em ambos os casos, os encontros com autores residentes no RS ocorrerão entre os meses de agosto e novembro, devendo suas datas, horários e formatos ser definidos de comum acordo entre as escolas e os autores. Os autores de fora do Estado visitarão as escolas na primeira quinzena de novembro, em datas definidas pela Comissão Organizadora da Feira do Livro, dado que também terão compromissos a cumprir na programação do evento.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Narrativas e Literatura Endereçadas à Infância - Gláucia de Souza

Capa da primeira edição do livro "Saudade" de Thales de Andrade, 1919


Também no Brasil, os primórdios do que chamamos Literatura Infantil trazem a intenção de formar e de ensinar comportamentos. Gradualmente o caráter literário foi sendo valorizado.
Alguns fatos importantes para a publicação de livros endereçados à infância:
-Século XIX – Implantação da Imprensa Régia no Brasil (1808);
- Nascimento de um público com necessidade de se instruir após a Proclamação da República (1899);
-Carlos Jansen e Figueiredo de Pimentel: tradução e adaptação de obras estrangeiras para a infância (Contos seletos das mil e uma noites – 1882; Contos da carochinha (1894) e Histórias da avozinha - (1896);
-Júlia Lopes de Almeida e Adelina Lopes de Almeida – Contos Infantis (1886);
-Olavo Bilac e Coelho Neto – Contos pátrios (1907);

Em busca de uma narrativa autoral feita no Brasil
- Algumas obras estrangeiras influenciaram autores a produzirem “versões” nacionais: personagens crianças vivenciam situações de conhecimento da própria pátria (protagonistas crianças);
- Através do Brasil (Olavo Bilac e Manuel Bonfim – 1910): conta a história de Carlos e Alfredo que cruzam o Brasil de norte a sul;
- Saudade (Tales de Andrade – 1919): Mário, protagonista, narra sua infância até decidir ser agrônomo.

Monteiro Lobato: “pai” da Literatura Infantil Brasileira
— A menina do Narizinho Arrebitado (1921):
- Linguagem atraente à infância;
- Introdução da oralidade tanto na fala das personagens, quanto na do narrador;
- Visão da criança;
- Em 1931, Reinações de Narizinho.

Anos 30 e 40:
— Histórias da velha Totônia (José Lins do Rego, 1936);
— O boi Aruá (Luís Jardim, 1940);
— Alexandre e outros heróis (Graciliano Ramos, 1944);
— Histórias da lagoa grande (Lúcio cardoso, 1939);
— As aventuras do avião vermelho (Érico Veríssimo, 1936);
A terra dos meninos pelados (Graciliano Ramos)

Décadas de 60 e 70:
— Instituições voltadas ao fomento da leitura (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – 1968);
— Premiações e valorização da literatura endereçada à infância;
— Revista Recreio (maio de 1969);
— Ruth Rocha, Ana Maria Machado, Joel Rufino dos Santos, Sônia Robato...

Anos 80
— O “boom” da Literatura Infantil e Juvenil:
- Autores (ilustradores que escrevem);
- Cada vez mais há a consolidação no meio editorial;
- Reflexões no meio acadêmico voltadas para o gênero (seminários, pesquisas...).

Algumas referências:
— AGUIAR, Vera Teixeira de (coord.) era uma vez na escola: formando educadores para formar leitores. Belo Horizonte: Formato, 2001.
— COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise e didática. São Paulo: Moderna, 2000.
— ZILBERMAN, Regina. LOJOLO, Marisa. Literatura infantil: história e histórias. 2 ed. São Paulo: Ática, 1985.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Afinal, o que chamamos de Literatura Infantil? - Gláucia de Souza (parte 2)

Charles Perrault
•Contos da Mamãe Gansa (Contes de ma Mère l´Oye)– 1697;
•Reinado de Luís XIV;
•Contos coletados junto a fontes populares;
•Há nos contos uma moral, um fundo didático.
Exemplo: Chapeuzinho Vermelho

Jacob e Wilhelm Grimm
•Contos de fadas para crianças e adultos (Kinder und Hausmaerchen), 1812-1822;
•Estudos de Gramática Comparativa e Filologia;
•Principais informantes: Katherina Wieckmann (camponesa) e Jeannette Hassenpflug.
Exemplo: Chapeuzinho Vermelho

Hans Christian Andersen
•Poeta e novelista dinamarquês;
•Eventyr, 1835 à 1872;
•Fusão entre o pensamento mágico das origens arcaicas e o pensamento racional dos novos tempos;
•Textos autorais/ fontes da cultura popular;
Exemplo: A princesa e o grão de ervilha.


Algumas sugestões para aprofundamento

•Livros sobre Literatura Infantil e Juvenil:
AGUIAR, Vera Teixeira de (Coord.). Era uma vez... na escola: formando educadores para formar leitores. Belo Horizonte: Formato, 2001.
CADERMATORI, Lígia. O que é literatura infantil. 3 ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas: símbolos, mitos e arquétipos. São Paulo: DCL, 2005.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.
GÓES, Lúcia Pimentel. Introdução à literatura para crianças e jovens. São Paulo: Paulinas, 2010.
JACOBY, Sissa (Org.). A produção cultural: do brinquedo à literatura. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2003.
SOUZA, Glória Pimentel Correia de. A literatura infanto-juvenil brasileira vai muito bem, obrigada!. São Paulo: DCL, 2006.
Documentos disponíveis na internet:
AZEVEDO, Ricardo. “Livros para crianças e literatura infantil: convergências e dissonâncias”. Disponível em
http://www.ricardoazevedo.com.br/Artigo01.htm, acesso em 11 de abril de 2010.


•Páginas interessantes:
•Dobras da Leitura:
http://www.dobrasdaleitura.com/index.html
•Imaginária: http://www.imaginaria.com.ar/
•Tigre Albino (revista de poesia):
http://www.tigrealbino.com.br/
•Jangada Brasil: http://www.jangadabrasil.com.br/index.asp
•Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil:
http://www.fnlij.org.br/
•O Balainho:
http://www.dobrasdaleitura.com/balainho/index.html
•Literatura Infantil (site português): http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/infantil/autores.htm
•IIBY:
http://www.ibby.org
•Projeto Memória de Leitura:
http://www.unicamp.br/iel/memoria/

Afinal, o que chamamos de Literatura Infantil? - Gláucia de Souza

LITERATURA INFANTIL

•É uma PRODUÇÃO CULTURAL;
•Mas... Nem toda produção cultural para a infância é literatura...
Literatura Infantil: objeto cultural
•A leitura está presente em muitas produções culturais endereçadas à infância: a leitura de literatura é uma dessas formas de leitura;
•A literatura infantil é uma produção cultural. Existem outras produções culturais destinadas à infância;

•Como arte, a literatura infantil deve oferecer ao leitor qualidades estéticas;
•Como arte, a literatura deve oportunizar um enriquecimento pessoal no que diz respeito às questões existenciais (pessoais e dos grupos sociais).

Cabe ao mediador de leitura estar atento às diferentes produções culturais direcionadas à infância, bem como analisá-las, para, assim, as poder diferenciar.
Literatura Infantil é antes de tudo Literatura:
A Literatura Infantil é, antes de tudo, literatura; ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível/impossível realização.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000, p. 27.

Algumas reflexões sobre a adjetivação infantil
•Infantil significa simplificação?
•Infantil significa menoridade?
•Infantil significa destinado à infância?
•Infantil significa feito por crianças?
•Infantil significa lido por crianças?

Uma breve pincelada histórica:circunstâncias que favoreceram a denominação Literatura Infantil

•Ascensão da burguesia na sociedade europeia (séc XVIII);
•Valores burgueses mudaram a relação adulto-criança (invenção da infância?);
•Mudanças na concepção de família (família nuclear: pai, mãe, filhos);
•Instituições como a escola também passaram a se dedicar à criança, como o futuro adulto que desempenharia seu papel na mentalidade burguesa.
CURIOSIDADE:
No século XVII surgiram clássicos como Robinson Crusoe (Daniel Defoe, 1660-1731 )e As viagens de Gulliver (Jonathan Swift, 1667-1745).

Qual matéria literária constituiu o que chamamos Literatura Infantil?
•Mitos: relatos universais cuja finalidade é explicar fatos relativos à origem e à evolução o universo;
•Lendas: como os mitos, têm por finalidade explicar o desconhecido, mas em âmbito local;
•Fábulas: narrativas curtas, com tom moralista, em que ocorre a analogia entre as personagens (muitas delas animais) e o comportamento humano;
•Contos maravilhosos: apresentam situações humanas em que o fantástico é fundamental;
•Adaptações de clássicos;
•Narrativas autorais;
•Poemas orais: cantigas, parlendas, adivinhas etc;
•Poemas autorais;
•Narrativas em versos.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

II Congresso Internacional de Leitura e LIJ na PUCRS

Encerram-se hoje as inscrições para o II Congresso Internacional de Leitura e LIJ e I Fórum Latino-Americano de Pesquisadores de Leitura. O evento será realizado de 12 a 14 de maio na PUCRS. Maiores informações aqui.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dica de site

O Instituto Ecofuturo, que realiza programas na área da educação e do meio ambiente, como o Ler é Preciso, disponibilizou o guia Passaporte da Leitura e da Escrita, para comemorar o Dia da Educação (28 de abril). Acesse o Passaporte aqui

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Como elaborar um projeto de leitura? – a escolha do acervo (Gêneros da Literatura Infantil) - Beth Baldi - parte 2

MODALIDADES DE LEITURA:
Biblioteca todos os dias
Leitura socializada
Leitura individualizada
Unidade de leitura



Variam quanto a:
•objetivos específicos
•escolha dos textos
•periodicidade e tempo
•apresentação dos textos
•formas de exploração

BIBLIOTECA TODOS OS DIAS
- Conhecimento do acervo
- Familiarização c/ o espaço da biblioteca: suas funções, funcionamento, organização e regras

Os próprios alunos manuseiam os livros, escolhem-nos nas estantes e os guardam, construindo uma familiaridade c/ os diferentes gêneros da literatura e tb com outros tipos de textos e suportes: jornais, revistas, informativos (Ciências Naturais e Sociais, livros de Arte, dicionários, atlas), enciclopédias etc.

Leitura individual ou em duplas
20 a 30 min diários
Acompanhamento próximo da professora
Exploração: recomendações ou propaganda dos livros, levantamento de preferências, comentários c/ profª e colegas
Texto de livre escolha do aluno

LEITURA SOCIALIZADA
- Construção de referências e critérios s/ gosto literário, compartilhando vivências significativas de identificação e vinculação c/ determinadas obras e/ou autores
Mensal, bimestral ou trimestral, conf. o volume de texto da obra escolhida
- A professora lê a obra aos alunos, em capítulos diários, previamente selecionados e organizados.
- O texto está num nível um pouco além do que os alunos teriam condições de ler sozinhos.
- Exploração: comentário ou discussão que mobilize os alunos para a leitura que começa/continua, lembrando o capítulo anterior

Leitura em casa
LEITURA INDIVIDUALIZADA
- Obra que o aluno seja capaz de ler sozinho
- Prazo de 1 mês e meio, aproximadamente
- Desenvolvimento da capacidade autônoma de leitura, sendo capaz de recomendar e/ou recontar
(1ª leitura indiv.: biblio da sala)
Exploração: seminário, em que cada um traz um pouco do que pensou e sentiu com a leitura, compartilhando c/ os outros e se enriquecendo c/ as diferentes visões e leituras; expressão a/p do texto: dramatização, declamação, expressão plástica etc.

UNIDADE DE LEITURA
Textos escolhidos a partir de um determinado foco
Aproximadamente 2 textos por semana
Unidades bimestrais ou trimestrais, conf. organização da escola
Propostas específicas c/ cada texto:
•trabalho oral e escrito de interpretação
•análise de diferentes aspectos: conteúdo, linguagem, estrutura e formatação, universo vocabular, construções típicas, narrador, efeitos interessantes etc.
•leitura nas entrelinhas e p/ além de sua pp leitura
Os alunos têm acesso ao mesmo texto: em grupos, duplas ou individualmente, se possível
Reconhecimento da linguagem como um recurso utilizado pelos autores para atingir determinado resultado

Conhecimento mais aprofundado da obra de determinado autor ou de determinado gênero de texto
Ampliação das capacidades de:
•compreensão e interpretação de texto, construindo relações e sentidos
•comparação, inferência, formulação de perguntas, posicionamentos ou argumentos a respeito dos textos - seu conteúdo ou forma
•análise retórica do texto

COMO ELABORAR UM PROJETO DE LEITURA:

•Inseri-lo em uma proposta mais ampla de leitura
•Mergulhar na obra (do autor, em determinado gênero ou tema que será abordado, buscando os clássicos e os contemporâneos de maior qualidade)
•Discutir, compartilhar ideias e opiniões com seus pares (equipe) sobre as obras, seus autores e ilustradores
•Caracterizar determinado conjunto de textos escolhido (seminário), em termos de conteúdo (temas), linguagem, estrutura etc., buscando definir o que será trabalhado em cada série
•Selecionar os textos a serem trabalhados em cada modalidade de leitura e em cada série/grupo
•Elaborar as propostas por texto, pensando nos produtos finais e nos fechamentos (socialização)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Como elaborar um projeto de leitura? – a escolha do acervo (Gêneros da Literatura Infantil) - Beth Baldi - parte 1

Projeto de leitura ou proposta de leitura?

Projeto – planejamento restrito a um determinado período de tempo, a/p de um determinado conjunto de textos, p/ uma determinada série ou turma

Proposta de leitura – algo mais amplo, p/ uma determinada escola/instituição ou programa, p/ uma determinada etapa da escolaridade/faixa etária, e que inclui PROJETOS

PROPOSTA DA ESCOLA PROJETO

OBJETIVOS GERAIS
Desenvolver o pensamento letrado dos alunos, no sentido da apropriação cada vez maior e mais abrangente da linguagem escrita dos textos literários
Aperfeiçoar a compreensão leitora e as possibilidades de estabelecimento de relações e construção de sentidos, bem como a fluência e a expressividade na leitura pelos alunos
Utilizar a leitura como fonte de prazer e informação, ampliando o repertório dos alunos com diferentes gêneros de textos, autores, ilustradores e recursos da linguagem escrita, e construindo uma história de leitor

PRINCÍPIOS:

Diversidade
São diferentes textos e formas de leituras, bem como situações, tempos e dinâmicas variadas de trabalho p/ explorá-los, em que alunos e professores vão exercendo diferentes papéis.

Simultaneidade
Essas diferentes modalidades e propostas de trabalho coexistem, ou seja, acontecem simultaneamente num mesmo período (dia, semana, trimestre, ou numa mesma hora), interrelacionando-se.

Continuidade
Também sustentam-se e se mantém no tempo, cada uma seguindo sua sequência, se desenvolvendo e chegando a um fechamento, para logo ser retomada sob outro foco ou abordagem.

Assiduidade
Às mesmas práticas se volta, diária e reiteradamente, como num espiral em que se vai e volta o tempo todo, revendo o que já se fez e viveu.

Progressão
Mas essa volta constante deve sempre ampliar e diversificar, de modo que a cada vez se volte mais enriquecido. Ou seja, é uma volta, mas nunca é exatamente igual, pois as propostas tem desafios ou níveis de complexidade cada vez maiores, provocando avanços progressivos.

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS GERAIS:

- Uso do próprio livro
- Leitura e não contação
- Exploração do texto c/ jogos e brincadeiras
- Diferentes possibilidades de leitura pelos alunos
- Importância das intervenções da profª, lançando desafios e propostas, informando, auxiliando os alunos a estabelecerem relações e formularem ideias
- Importância de critérios claros p/ seleção de textos

Seleção criteriosa dos textos

• diferenciar categorias existentes: didáticos e paradidáticos, de um lado, e literatura de outro
• separar “o joio do trigo” para oferecer aos alunos a literatura de melhor qualidade de que se dispuser

“Procuro, neste assunto, ter em mente a frase de Thomas Mann, segundo a qual a leitura de bons livros deveria ser proibida, porque existem os ótimos – mas não sou tão radical. Há muitos livros apenas “bons” que merecem ser lidos, e nem sempre o bom e o ótimo são classificados uniformemente por leitores diferentes...”.
José Mindlin,
Uma vida entre livros – reencontros com o tempo (1997)

Escolhe-se, em todas as modalidades de leitura, livros ou textos que:

sejam literatura - temas humanos, mesmo que banais e cotidianos, mas sem lições de moral e permitindo troca de impressões, contato com uma linguagem expressiva, renovadora e poética, e discussão de temas que especulam sobre o significado da existência; quer dizer, que não sejam textos descartáveis, de que nunca mais os alunos se lembrarão e que não foram capazes de lhes tocar de nenhuma maneira

tenham um projeto gráfico bem cuidado e atraente - atenção especial às ilustrações para que sejam não somente complementares ao texto mas que também possam ser instigantes para o leitor quando transcendem ao texto

estejam adequados à idade dos alunos a que se destinam - sem nunca menosprezar a capacidade do leitor

quinta-feira, 15 de abril de 2010

PROJETO FAROL DA LEITURA (Minas do Leão)



“Toda leitura cultural tem sempre um destino, não caminha a esmo. Esse destino pode ser a busca, a assimilação, a retenção, a crítica, a comparação, a verificação e a integração de conhecimentos”. (Gagliano, 1979)

UM BOM LEITOR É AQUELE QUE . . .
•Lê com objetivo determinado
•Lê unidades de pensamento
•Tem vários padrões de velocidade
•Avalia o que lê
•Possui um vocabulário
•Tem habilidade para reconhecer o valor do livro
•Sabe quando deve ler um livro até o fim, quando interromper a leitura definitiva ou periodicamente
•Discute frequentemente o que lê com os colegas
•Lê vários assuntos
•Adquire livro com frequência e cuida de ter sua Biblioteca particular
•Lê muito e gosta de ler
•O bom leitor é aquele que não só é bom na hora da leitura (. . .) é constantemente um leitor. Não só lê, mas sabe ler.

(Salomon,1972)

REGRAS ELEMENTARES PARA A LEITURA:

• entender o que se lê;
• avaliar o que se lê;
• discutir o que se lê;
• aplicar o que se lê.
(Gagliano,1979)

UMA LEITURA PROVEITOSA. DEVEMOS CONSIDERAR:

•atenção;
•intenção;
•reflexão;
•espírito crítico;
•análise;
•síntese;
•velocidade.

JUSTIFICATIVA


Conhecer mais sobre a leitura que desenvolvemos, tem sido uma contínua provocação, visto ser comum ouvirmos referências sobre a não-leitura dos alunos que nos levam a busca de encontrarmos novas formas de pensarmos a leitura – contínua presença, na formação dos estudantes. Ao repensá-la, encontrarmos novas formas de lidar com ela, no processo de ensino-aprendizagem.
Acreditamos ser possível estabelecermos vínculos professor-leitura-aluno, de maneira a contribuir-se decisiva e positivamente, na formação do aluno-leitor. O pressuposto, que leva este projeto considerar a leitura uma tarefa “afetiva”, concomitante com a razão e o pensar. Isso porque vamos ao texto (a menos que tenhamos “obrigação” de ler, como, por exemplo, na vida educacional, quando temos solicitações de leitura, no cumprimento das exigências de cada disciplina) porque ela faz parte do nosso entorno, da nossa vida. No texto, procuramos informações, diversão, ou elementos que nos ajudem a rever, aprofundar, comprovar idéias. Através de diferentes autores, vamos constituindo/aprofundando nossa visão de mundo. Desta maneira, encontramos respostas e novas perguntas, nos textos. Se fazemos da nossa vida um contínuo caminhar, rumo à nossa melhoria (viveremos melhor e mais felizes), enquanto seres humanos, tendo em vista nos aprimorarmos nos caminhos que escolhemos para trilhar, estas perguntas e respostas constituem, sempre, fonte de prazer em nossa vida, quer seja no âmbito pessoal, educacional e/ou profissional.
Visto sermos diferentes, em nossas trajetórias de vida, nossas formações, informações, metas a alcançar e escolhas de rumos a percorrer, também são diferentes. Assim, há que se identificar o significado de “bom leitor” entre os estudantes, e entender-se os elementos que levaram as pessoas - tendo-se presente suas idiossincrasias - a gostarem de ler, ou o quê, na percepção delas, poderia tê-las levado a ler. De posse dessas informações, poderemos transpô-las para situações de leitura cotidiana.

PÚBLICO-ALVO


Professores das redes Municipais, Estaduais, Bibliotecários, Orientadores Educacionais, Supervisores Escolares, Diretores, Funcionários de Escolas, principalmente os alunos, bem como demais pessoas interessadas no projeto.

OBJETIVOS

Geral
•O objetivo das Oficinas do Projeto “Farol da Leitura” é o desenvolvimento da cidadania cultural, com exercícios de leitura conceitual e a qualificação de leitores. As oficinas literárias e filosóficas do projeto são oferecidas preferencialmente aos educadores – grandes aliados deste projeto, junto com os artistas da palavra escrita para que após a preparação sejam grandes colaboradores no desafio de um espaço aberto para pensar, propor, indagar, contar, exibir sons, tons e nuances que a leitura remete.
Específicos
•propiciar um espaço de encontros e de trocas culturais a partir do livro e da leitura, entre autores e leitores, artistas e seus públicos;
•promover oficinas literárias e filosóficas preferencialmente aos educadores , possibilitando condições de um trabalho prévio à realização da Feira do Livro;
•contribuir com estudos sobre a leitura, com vistas a repensar e reorientar o ato de ler;
•identificar o que significa ser “bom leitor”, na concepção dos professores e dos alunos;
identificar elementos intervenientes na leitura, feito pelos professores e pelos alunos, e que propiciam o surgimento do prazer de ler.

METODOLOGIA


Acontecerão encontros dos nossos professores com autores profissionais, voltados à área da literatura, visando compreender a leitura como uma prática social, uma interação entre leitor e texto, em que instigado pelo que lê, o leitor produza sentidos, dialogue com o texto, com os intertextos e com o contexto, ativando o seu conhecimento interno. Assim, o “Projeto Farol da Leitura” atuará junto às redes de ensino municipal, estadual, particular e biblioteca, compartilhando os livros, as histórias, as opiniões, os personagens, os sentimentos, as afinidades, o medo, o prazer... criando desta forma, um clima de interlocução. As histórias são narradas e após a contação e/ou leitura, o acervo que será enviado às escolas será explorado pelas crianças e educadores. Os livros são referências importantes pelas possibilidades de experiências objetivas e subjetivas que proporcionam aos sujeitos. Interagindo com os livros, crianças e educadores, podem conhecê-los e descobrir como são. Desta forma, o sujeito se constitui como leitor, ampliando suas experiências de leitura e sua visão de mundo. A equipe entende que estas vivências têm se configurado como um espaço de formação para os educadores, uma vez que estes momentos possibilitam a aquisição de novos conhecimentos, a reflexão das práticas de leitura e o redimensionamento das ações pedagógicas. Serão realizados encontros mensais e/ou bimestrais, capacitando todos os educadores envolvidos com o Projeto. Ampliando a formação de educadores, o “Projeto Farol da Leitura” participa também do Projeto “Fome de Ler”, através da Câmara do Livro, um convênio com a ULBRA-Guaíba.
O Projeto “Farol da Leitura” tem como critério de escolha a qualidade literária e a diversidade de gêneros, incluindo também, livros que fundamentam a importância da leitura e da literatura na formação dos sujeitos. Os educadores do município podem refletir sobre suas práticas de leitura, como também das políticas públicas em relação à formação de educadores e de incentivo à leitura.